quarta-feira, 15 de julho de 2015

A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO DO MOTORISTA

P
ara um empresário ou mesmo para um caminhoneiro autônomo, quando falamos em treinamento de motoristas, num primeiro momento, parece ser uma coisa do outro mundo.
Mas felizmente o mercado vem mudando e hoje os empresários contam com várias alternativas para capacitar seus motoristas. Quando enfatizamos da necessidade de treinamento e a necessidade de manter uma política de treinamento ativa na empresa e procurar a cada ano ou a cada dois anos reciclar seus motoristas é porque muitas empresas já perceberam o quanto faz a diferença ter um motorista treinado. Não somente pelo fato de uma redução nos custos operacionais de imediato, mas na redução de acidentes e também como estratégia de retenção dos profissionais.
Um artigo publicado em 2014 pela Rodofort.com.br, mostrou que cerca de 30% das transportadoras que atuam na movimentação de cargas do Porto de Santos estavam com sua frota de caminhões parada, por falta de motoristas para conduzirem os veículos, como já comentamos nos capítulos anteriores, a demanda de caminhões nos últimos anos foi maior que a formação de motoristas, o déficit vem aumentando a cada ano. Muitas empresas buscam parceria entre Sindicato, Sest Senat, Fabet etc na tentativa de reverter a situação e buscar a formação de novos motoristas para suprir a demanda.
Outro número assustador é com relação aos acidentes no Brasil, numa reportagem também publicada pelo site Rodofort.com.br, mostra que o Brasil fica na posição de nº 42 dos 193 países pesquisados, com uma média de 22 mortes, enquanto a média mundial em acidentes nas estradas fica em 18 mortes a cada 100 mil pessoas. Sabemos que nossas estradas não possuem padrões internacionais, mas nossos motoristas também contribuem bastante para que este número seja um índice negativo para o setor de transporte.
Quando falamos sobre treinamento em redução de consumo de combustível, não somente o custo de combustível reduz como todos os outros custos operacionais inclusive os acidentes, pois deixa o motorista mais focado na direção. Se pensarmos nos três maiores custos variáveis: combustível, manutenção e pneus o valor em espécie para a empresa passa a ser significativo e comprovada.
Foi realizado um estudo, em parceria com a FABET, e publicado no site Rodofort.com.br, com o objetivo de mostrar para o público interessado o quanto um treinamento de qualidade faz a diferença numa condução inteligente e eficaz.
A redução de custos de imediato na operação foi significativa e surpreendeu muitos empresários, não somente pela redução do consumo de óleo diesel, mas na vida útil do veículo como um todo e postergando alguns investimentos em renovação de frota.
Sabemos das dificuldades das empresas de transportes, não somente pela parte financeira, mas na dificuldade de parar os motoristas para realizar o treinamento. É uma decisão que precisa ser tomada e programada junto à operação. Neste mesmo treinamento de condução econômica o motorista também recebe outros treinamentos, conforme já citamos na página xx, ou seja, o motorista recebe todos os conhecimentos necessários para suprir sua função. O mais importante do treinamento é a mudança de conduta e comportamento dos motoristas pós curso.
Para obter essa comprovação, de como o motorista é importante neste processo de economia para as empresas, foi realizada uma pesquisa in loco na FABET. Foram realizadas medições antes e depois do treinamento.
A condução inteligente e eficaz parte do princípio de que o motorista deve prestar atenção a todos os componentes do veículo, dirigir com previsibilidade e com a máxima economia de combustível. A capacitação possibilitou os seguintes resultados:
13%                de aumento na média de consumo de combustível
45%                de redução na troca de marchas
11%                de melhoria no tempo de viagem
37%                utilizam menos o freio de serviços e mais o freio de motor

Somente na Fabet, São Paulo, passa por volta de 6.000 motoristas por ano neste treinamento, isso é um exemplo que muitas empresas estão indo pelo caminho certo
Veja este outro exemplo publicado na revista o carreteiro edição 383, onde o Grupo Martins em conjunto com a Mercedes Benz realizou um treinamento dos motoristas e de imediato a média saltou de 5,3km/litro para 6.4km/l. praticamente uma economia de 20% só mensurando o consumo de diesel. Que resultou numa economia de 170mil litros de diesel por ano. Ainda a reportagem comenta sobre a dificuldade de alguns motoristas ter que reaprender a dirigir com os caminhões mais modernos. Por isso o treinamento para os motoristas precisa ser constituído de uma forma profissional entendendo as necessidades das empresas e as dificuldades dos motoristas em se adaptarem com a nova, moderna, segura e econômica maneira de conduzir os veículos.
Já comentamos sobre o quanto um motorista pode influenciar nos custos, em função de sua maneira de conduzir o veículo. No Relatório modulo 4f publicado no site GTZ (SUTR) da Alemanha, mostra um comparativo numa operação urbana de ônibus, o quanto o estilo de condução interfere diretamente nos custos e no consumo de combustível. Conforme a tabela abaixo, podemos notar que o modo de condução está diretamente ligado ao consumo de combustível. Um modo agressivo de dirigir, consome 42% a mais que uma maneira normal de conduzir o veículo. Mas podemos notar que uma maneira normal de dirigir é ainda 22% mais cara que uma maneira gentil de condução. A maneira agressiva aqui descrita é o motorista que acelera rápido, e freia bruscamente, que não é nada fora do normal para nossa cultura de dirigir. Se sua empresa conseguir mudar o estilo de condução de seus motoristas para uma forma mais econômica e menos agressiva, pode chegar em até 80% de economia.
Neste mesmo relatório Alemão, realizou um teste em outros países e o seu resultado foi satisfatoriamente positivo e não somente o consumo de combustível caiu por volta de 15% mas também diminuiu 40% o número de frenagem e em média 25% a menos o número de troca de marchas e a velocidade média da operação subiu, veja o quadro abaixo. Ou seja, todos saem ganhando com um bom treinamento para os motoristas. O motorista terá menos estresse, a manutenção menos custos e menos carros na oficina, maior disponibilidade na frota e o meio ambiente, pois além de menos CO2 para atmosfera, outros ingredientes nocivos ao meio ambiente, como lona de freio peças trocadas prematuramente etc deixaram de ser substituídos.

Agora ficou uma lição de casa para os gerentes e gestores, com os números apresentados neste capitulo, fica fácil de fazer as contas de quanto sua empresa pode economizar e se tornar mais rentável na sua operação investindo em treinamento dos condutores.